Doença pode afetar a qualidade de vida e causar infertilidade. Acompanhamento médico é essencial para manter a saúde e o bem-estar das mulheres com essa condição
Para as mulheres que convivem com a endometriose, cada ciclo menstrual pode ser uma verdadeira tortura. O mal-estar é generalizado: o fluxo é intenso, muitas vezes, a cólica é incapacitante, e o diagnóstico nem sempre chega logo de cara, causando grande sofrimento.
A visita anual ao especialista é importante para a prevenção de doenças ginecológicas a partir da primeira menstruação. No entanto, para quem desconfia de endometriose, a consulta pode ser feita com mais frequência, até porque, nem sempre é fácil descobrir a enfermidade.
A doença
A endometriose é caracterizada pelo crescimento anormal do endométrio, camada de tecido que reveste o útero mensalmente para abrigar a fecundação. Quando ele cresce fora do útero, costuma inflamar pela ação hormonal, causando diversos incômodos à paciente.
O tecido endometrial pode aderir a órgãos e tecidos, como ovários, bexiga, peritônio, intestino e até diafragma, causando sintomas variados e dificultando o diagnóstico.
A paciente
A endometriose pode surgir em qualquer momento da idade fértil da mulher, desde a primeira menstruação. Os pesquisadores ainda não conseguiram determinar qual é a causa dessa enfermidade, mas sabe-se que a genética pode influenciar.
Logo, mulheres cujas mãe e irmãs tiveram o problema têm mais chances de padecerem deste mal. Como o público feminino está adiando a maternidade, os pesquisadores também acreditam que há mais casos de endometriose, uma vez que a menstruação ocorre por mais tempo.
Até por conta disso, a doença ganhou o apelido de “mal da mulher moderna”, pois tende a ser descoberta após os 30 anos, quando muitas passam a enfrentar dificuldades para engravidar e, na investigação, encontram a endometriose.
Os sintomas
A endometriose pode causar muito desconforto na mulher, embora algumas achem que são sinais normais e aceitam passar por eles mensalmente. Dentre os principais indícios da doença, temos:
- fluxo menstrual intenso;
- edema abdominal;
- cólica intensa;
- dor pélvica, principalmente antes da menstruação;
- fadiga;
- alterações urinárias ou intestinais durante o ciclo menstrual,
- dor ou desconforto durante o ato sexual.
Para muitas pacientes, as dores causadas pela endometriose são realmente incapacitantes! Elas não conseguem sair da cama durante a menstruação, e isso afeta a vida pessoal, profissional e emocional.
A busca pelo diagnóstico correto é essencial para que elas possam mudar a realidade e encontrar o tratamento adequado, recuperando a qualidade de vida.
Os exames
Se o ginecologista desconfiar do problema, poderá solicitar a realização de alguns exames específicos para avaliar a condição do aparelho reprodutor feminino, como:
- ultrassom transvaginal;
- hemograma para a detecção de marcadores específicos;
- ressonância magnética;
- tomografia computadorizada,
- biópsia por laparoscopia.
O tratamento
Dependendo do estágio da endometriose, em conjunto com a paciente, o ginecologista pode escolher a melhor conduta terapêutica para a enfermidade.
Para os casos mais leves, o uso de anticoncepcionais hormonais, por pílula ou dispositivo intrauterino (DIU), são medidas eficazes, já que suprimem a menstruação e, consequentemente, o crescimento do endométrio.
Os casos de endometriose profunda podem demandar cirurgia, em geral, feita por laparoscopia, para a remoção do tecido inflamado e das aderências que a enfermidade pode causar.
Há casos em que é preciso retirar parte dos órgãos afetados para restaurar o bem-estar da paciente. Cada quadro é único, por isso, em caso de dúvidas, o ginecologista de confiança deve sempre ser consultado.
A prevenção
Como não há uma causa bem determinada do que gera a endometriose, também não há consenso em como prevenir a enfermidade. Sabe-se que o estilo de vida pode ter grande influência no surgimento da doença, assim como no tratamento.
Mulheres que bebem e fumam, por exemplo, têm mais chances de desenvolver a endometriose. Por outro lado, a prática de atividade física regular tende a prevenir e até aliviar os sintomas da doença.